DOMINGO II DA QUARESMA
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
COM OS SANTOS DO CARMELO
Refere Santa Isabel da Trindade…
«Pergunta-me, talvez, como o glorificar? É muito simples. Nosso Senhor dá-nos o segredo, quando nos diz: «O meu alimento é o de fazer a vontade d’Aquele que me enviou.» Ligue-se, pois, querida Senhora, às vontades deste Mestre adorável, encare cada sofrimento, assim como cada alegria, como provindo diretamente d’Ele e, então, a sua vida será como uma contínua comunhão, porque cada coisa se constituirá como um sacramento que lhe há de dar Deus».
Meditação…
Um escalador quando pensa subir uma montanha, prepara-se devidamente com o equipamento necessário, para que tudo corra da melhor maneira possível. Ao começar a escalada, depara-se com desafios e obstáculos e procura o melhor trajeto para não tropeçar nas armadilhas. Na medida que vai subindo, as pernas se vão tornando mais pesadas e o cansaço começa a acumular. Mas, ao recordar o seu objetivo lhe dá renovadas forças, revigora-se a esperança ao saber que o cume é possível alcançar. Quando chega ao cume, todo o seu cansaço é esquecido por um momento, porque desfruta da sua vitória e rejubila com aquilo que encontra. No cume podemos ter as melhores vistas, o sol radiante, a proximidade das nuvens. O monte é por si só o lugar onde pousa o primeiro raio de sol e onde se detém longamente o último.
Se olharmos para a nossa vida podemos dizer que é semelhante a um escalador. O caminho para o cume da santidade é desafiante e cheio de obstáculos. Para alcançarmos esse cume necessitamos de nos revestir com o equipamento necessário das virtudes e da Palavra de Deus, para que no caminho possamos superar toda a espécie de dificuldades que encontramos. Por mais que o caminho seja doloroso, e dependentemente da montanha que cada um suba, no cume de todas elas está reservado a maior beleza que o homem pode encontrar: a luz resplandecente e luminosa do amor de Deus. Aquela luz que brilha no coração do homem e que o deixa completamente inebriado. Sendo assim, podemos dizer, que bom é estar com este bom Deus. Aquele a quem o Pai diz: «Este é o meu Filho muito amado, escutai-O». Quando alcançarmos o objetivo, a meta que Deus nos propõe, todas as dores e dificuldades que tivemos desaparecem e são esquecidas, o cansaço transforma-se em vitalidade, a tristeza em alegria, a dor em felicidade, a morte em ressurreição.
Fr. David, Ocd