DOMINGO IV DO TEMPO COMUM
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 1, 21-28)
Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar, todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas. Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus». Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem». O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele. Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!». E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
Com os santos do Carmelo…
Refere Santa Teresa…
«Oh, meu Senhor, como mostrais que sois poderoso! Não é preciso buscar razões para o que quereis, porque, sem que a razão natural entenda, Vós tornais as coisas tão possíveis que mostrais bem que não é preciso mais nada senão amar-Vos verdadeiramente e deixar tudo por Vós.» (Vida 35, 13) Bendito e louvado seja o Senhor, fonte de todos os bens que falamos, pensamos e fazemos. Amém. (Caminho de Perfeição 42, 7)
Meditação…
«Ensinava-os como quem tem autoridade». A autoridade de Jesus impera pela sua coerência de vida. É uma autoridade que faz-se compreender, «quem tem ouvidos que ouça». A autoridade de Jesus não é autoritarismo ou uma espécie de clericalismo. Toda ela tem uma pedagogia, é a pedagogia do amor. O amor é a única autoridade que pode dar frutos nos corações, é uma autoridade coerente com a vida e com aquilo que acredita, é a coerência entre palavras e atos. O amor constrói amizades, alimenta relações, destrói barreiras, dissipa dúvidas, fortalece laços, origina vida e liberta acorrentados, «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno?». Esta pedagogia leva Cristo a entrar nos nossos problemas de fundo: «o homem possesso, o homem que não sabe, que não quer, que não consegue ser livre». A obediência de Jesus Cristo levou-O à morte, morte esta paradoxal a todas as autoridades do mundo, pois, a sua verdadeira autoridade é a autoridade do amor, ou seja, só quem obedece pode agir com autoridade e só quem é «humilde, próximo e coerente é que pode conquistar autoridade e confiança juntos dos crentes» (cf. Papa Francisco). E nós, podemos ter esta autoridade? Sim podemos, «trata-se, não de dizer o Evangelho, mas de praticar o Evangelho, não tanto de proclamar uma notícia, mas de se tornar boa notícia.»
– Ermes Ronchi; Marina Marcolini. A esperança que nasce da Palavra. Paulinas: 2014, p. 115.