DOMINGO IV DA PÁSCOA
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 10, 11-18)
Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Com os santos do Carmelo
Refere Santa Teresa
«Entretanto, o grande Rei, que tem a Sua morada neste castelo, viu a boa vontade deles e, pela Sua grande misericórdia, quer trazê-los de volta para Si. Então, qual bom pastor, com um silvo tão suave que até eles mal o ouvem, dá-lhes a conhecer a sua voz, fazendo com que não andem tão perdidos e voltem à sua morada. E este silvo do pastor é tão persuasivo que eles largam as coisas exteriores que os desviavam e entram no castelo.» (4 Moradas 3,2)
Meditação
Todos sabemos como são populares as imagens de Jesus, o Bom Pastor. Nalgumas dessas imagens, vemos Jesus a segurar uma ovelha sobre os ombros, segurando as duas patas da frente da ovelha na mão direita e as duas patas de trás na mão esquerda. Esta imagem e outras semelhantes atraem-nos pela ternura de Jesus, pelo seu cuidado com a ovelha e pela sua compaixão. Quando vemos esta imagem, a nossa mente começa naturalmente a vaguear e apercebemo-nos do seu significado pessoal para nós. Nós somos o cordeiro ou a ovelha que Jesus carrega aos ombros. Esta imagem é tranquilizadora para nós; Jesus é o nosso apoio na nossa viagem pela vida. Quando se nos deparam cruzes e problemas, ou quando ocorrem alguns desastres pessoais, esta imagem de Jesus Bom Pastor tranquiliza-nos, pois não estamos abandonados, Jesus apoia-nos e sustenta-nos. No Evangelho de hoje, Jesus proclama que é o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas (João 10,11). Um mercenário, diz Jesus, não se preocupa com as suas ovelhas e abandona-as aos lobos, mas Jesus dá a vida pelas suas ovelhas (João 10,12-14). Faz isto porque em Mateus 9,36 e Marcos 6,34 lemos, o ver as multidões, o seu coração compadeceu-se delas, porque estavam perturbadas e abandonadas, como ovelhas sem pastor.
Hoje, ao reunirmo-nos neste abençoado Domingo para refletir sobre o Bom Pastor, somos chamados a contemplar o profundo amor e a orientação que o nosso Senhor oferece a cada um de nós. A imagem do Bom Pastor não é apenas uma metáfora reconfortante; é uma verdade profunda que fala da própria essência da relação de Deus com o Seu povo. No Evangelho de João, Jesus proclama: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10,11). Estas palavras ressoam profundamente com o amor sacrificial que Cristo demonstrou na cruz, dando a Sua vida para a salvação da humanidade. Como Bom Pastor, Jesus conhece intimamente cada uma das Suas ovelhas, chamando-as pelo nome e conduzindo-as com ternura e
compaixão. Hoje, ao refletirmos sobre o Bom Pastor, recordamos também a importância vital das vocações na Igreja. Neste domingo dedicado à oração pelas vocações, elevemos os nossos corações em oração, pedindo ao Senhor que envie operários para a sua vinha. Rezemos pela coragem e discernimento daqueles que estão a discernir um chamamento ao sacerdócio ou à vida religiosa, para que tenham a força de responder ao chamamento de Deus com generosidade e alegria. Rezemos também pelos nossos atuais sacerdotes, religiosos e religiosas e por todos aqueles que servem no ministério, para que sejam fortalecidos e sustentados pela graça de Deus na sua sagrada vocação. Que continuem a imitar o exemplo do Bom Pastor, conduzindo o Seu rebanho com humildade, compaixão e fé inabalável.