Tríduo em honra de Santa Teresinha

Tríduo em Honra de Santa Teresa do Menino Jesus (“Santa Teresinha”) 28,29 e 30  de setembro.

Iniciaremos o Tríduo em honra de Santa Teresinha nodomingo, 28 de setembro.

Terço: 18h00

Missa: 18h30 (com pregação sobre a espiritualidade de Santa Teresinha)

Na Quarta-feira, 1 de Outobro,celebraremos a Solenidade de Santa Teresinha do Menino Jesus.

Terço: 18h00

Celebração Eucarística: 18h30

Durante esta celebração iniciaremos oficialmente o nosso novo ano pastoral, com uma oração especial pelos colaboradores e a Bênção das Rosas. Convidamos calorosamente todos a participarem tanto no Tríduo como na Solenidade.Agradecemos-vos por trazerem rosas.

Domingo XXVI do Tempo Comum (Ano C)

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,

O Evangelho de hoje apresenta-nos uma das parábolas mais incisivas de Jesus: a história do rico que vivia em banquetes e do pobre Lázaro, cheio de feridas, à sua porta. É um texto que nos obriga a olhar para dentro do nosso coração e para a forma como vivemos as relações com os outros.

Notemos, antes de mais, um detalhe: o rico não tem nome, mas o pobre tem. Para Deus, o pobre tem rosto, tem história, tem identidade. Os bens materiais não dão nome nem eternidade a ninguém; só o amor dá. Este é já um primeiro aviso de Jesus: quem vive centrado apenas em si mesmo, no conforto e no consumo, corre o risco de se tornar anónimo para Deus.

Depois, há um abismo que separa o rico de Lázaro. Primeiro, um abismo criado pela indiferença: o rico via Lázaro todos os dias, mas não se aproximava dele. Não o maltratava, não lhe batia, mas também não se compadecia. Não fazer nada pelo outro, quando podemos, é já uma forma de pecado. No fim, esse abismo torna-se eterno: “entre nós e vós está estabelecido um grande abismo”. Aquilo que não construímos em vida — pontes de solidariedade, gestos de misericórdia — não se improvisa depois da morte.

Jesus mostra ainda que a Palavra de Deus é suficiente para nos converter: “Têm Moisés e os Profetas: que os escutem!”. Não precisamos de milagres extraordinários para acreditar nem para mudar de vida. Temos o Evangelho, temos os sacramentos, temos tantos sinais do amor de Deus. O que falta, muitas vezes, é deixar que esta Palavra nos transforme.

Queridos irmãos e irmãs, esta parábola não é apenas um alerta para o juízo final; é um apelo para o hoje. O pobre Lázaro está à nossa porta — nos migrantes, nos sem-abrigo, nos idosos sós, nos jovens sem esperança. Cada um de nós pode fazer algo: um gesto, um sorriso, um tempo partilhado, um pouco dos nossos bens.

Que este Evangelho nos ajude a reconhecer Cristo presente nos pobres e a construir já aqui uma vida que seja sinal do Reino de Deus. Assim, quando chegar a nossa hora, encontraremos o abraço misericordioso do Pai, que nos dirá: “Tive fome e deste-me de comer; era pobre e acolheste-me”.

Que Nossa Senhora, que viveu na simplicidade e confiou em Deus, nos ensine a ter um coração pobre e misericordioso.
Ámen.

Domingo XXV do Tempo Comum

Caríssimos irmãos e irmãs,

O Evangelho que acabámos de escutar apresenta-nos uma parábola de Jesus que, à primeira vista, nos pode surpreender: o administrador infiel, que é acusado de dissipar os bens do seu senhor, procura uma saída astuta para garantir o seu futuro. E Jesus, em vez de o condenar explicitamente, elogia a sua “astúcia”. Como compreender esta mensagem?

Antes de mais, é importante perceber que Jesus não louva a desonestidade, mas sim a prudência e a capacidade de agir com decisão quando se trata do futuro. O administrador percebeu que a sua vida estava a mudar e, com inteligência, procurou garantir um amanhã. Jesus aproveita esta imagem para nos chamar a atenção: nós, filhos da luz, tantas vezes vivemos distraídos, sem pensar no nosso verdadeiro futuro – a vida eterna.

O Senhor convida-nos a usar os bens deste mundo não como senhores, mas como meios para alcançar o bem maior. “Fazei amigos com o dinheiro injusto”, diz Ele. Ou seja, utilizemos os recursos temporais para ajudar, para partilhar, para criar laços de solidariedade. Aquilo que aqui investimos no amor e na caridade não se perde: torna-se tesouro no Céu.

E Jesus termina com uma frase que ressoa no coração: “Nenhum servo pode servir a dois senhores… não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” Esta é uma escolha fundamental: quem é o nosso Senhor? O dinheiro, o poder, o prestígio… ou Deus? Não se trata de desprezar o trabalho ou os bens, mas de os colocar no seu devido lugar. Tudo passa, só Deus permanece.

Caríssimos, este Evangelho desafia-nos a viver com coerência. Se para as coisas do mundo somos tantas vezes astutos e decididos, não deveremos ser ainda mais para as coisas de Deus? Não deveremos investir mais tempo, energia e criatividade em amar, perdoar, construir a justiça, preparar o coração para o encontro com o Senhor?

Peçamos hoje a graça de sermos administradores fiéis dos dons que Deus nos confiou: a vida, o tempo, os bens, os talentos. Que o Espírito Santo nos torne prudentes, generosos e livres, para que, no dia em que formos chamados a prestar contas, possamos ouvir estas palavras: “Muito bem, servo bom e fiel… entra na alegria do teu Senhor.”

Ámen.

Exaltação da Santa Cruz

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Caríssimos irmãos e irmãs,

Hoje celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Não celebramos a cruz como instrumento de tortura ou de morte, mas como sinal de vida, de salvação e de amor extremo. A cruz de Cristo é o centro da nossa fé; nela está o mistério pascal que nos salva.

No Evangelho que escutámos, Jesus diz a Nicodemos:

«Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do Homem será elevado, para que todo o que n’Ele crê tenha a vida eterna.»

Jesus recorda o episódio do livro dos Números: o povo, no deserto, mordeu-se pelo pecado e pelas serpentes, e Deus ofereceu um sinal de cura — uma serpente de bronze erguida num poste. Quem a olhasse com fé ficava curado. Esta imagem é uma profecia da Cruz. O Filho do Homem foi elevado, não num poste de bronze, mas na Cruz, para que todo o que n’Ele crê seja salvo.

E porquê? O próprio evangelho responde:

«Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.»

Eis o coração da mensagem cristã: a Cruz não é derrota, é vitória do amor. Nela Deus mostra até onde vai a sua misericórdia. A Cruz é a medida do amor divino: um amor que não se fica pelas palavras, mas se entrega por inteiro.

Celebrar a Exaltação da Santa Cruz é, portanto, reconhecer que ali onde o mundo via fracasso, Deus revelou a glória; ali onde parecia haver apenas sofrimento, brotou a vida. A cruz tornou-se para nós sinal de esperança. Por isso, na liturgia, a veneramos e a beijamos. Não porque amemos o sofrimento, mas porque amamos Aquele que nela se entregou por nós.

Mas esta festa também nos interpela. Jesus disse: «Quem quiser seguir-Me, tome a sua cruz cada dia.» A cruz de cada um não é apenas um peso a suportar; é também um lugar onde o amor se pode manifestar. Quando aceitamos as nossas dificuldades com fé, quando perdoamos, quando servimos, estamos a transformar as nossas cruzes em sinais de redenção.

Neste dia, olhemos para a Cruz de Cristo e peçamos:
– que ela nos recorde sempre o amor de Deus,
– que nos ensine a amar sem medida,
– que nos dê coragem para carregar as nossas cruzes com fé e esperança.

Que a Cruz, sinal de vitória e de vida, nos guie para a Páscoa eterna.

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM (Ano C)

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,

O Evangelho de hoje coloca-nos diante de palavras exigentes de Jesus. Ele fala às multidões que O seguiam, mas quer que compreendam que O discipulado não é um caminho fácil nem superficial. «Se alguém vem ter comigo e não Me prefere ao pai, à mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos e às irmãs, e até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo.»

À primeira vista, esta linguagem parece dura. Jesus não nos convida a desprezar os nossos familiares ou a nossa própria vida; pelo contrário, Ele chama-nos a amar com um coração livre, sem colocar nada nem ninguém acima de Deus. O amor de Cristo não anula os outros amores, mas purifica-os e ordena-os. Só quando Deus é o primeiro é que conseguimos amar verdadeiramente os outros de modo desinteressado.

Depois, Jesus fala da cruz: «Quem não carrega a sua cruz e não Me segue não pode ser meu discípulo.» A cruz, no contexto de Jesus, não era apenas símbolo de sofrimento, mas de entrega total e radical. O discipulado cristão não é um caminho de comodidade, mas de fidelidade, mesmo quando custa. Não significa procurar sofrimentos, mas aceitar, por amor, as renúncias que a fidelidade ao Evangelho implica.

Para ilustrar esta exigência, o Senhor apresenta duas pequenas parábolas: a do homem que quer construir uma torre e a do rei que se prepara para uma guerra. Ambas sublinham a importância de ponderar, discernir e planear antes de agir. Seguir Jesus não é fruto de um impulso momentâneo, mas de uma decisão consciente e perseverante.

Queridos irmãos, este Evangelho convida-nos a rever a nossa vida cristã. Até que ponto o Senhor ocupa o primeiro lugar no nosso coração? Quais são as “seguranças” ou “apegos” que impedem o nosso caminho de discipulado?

A boa notícia é que Jesus não nos pede nada que Ele próprio não tenha vivido primeiro. Ele renunciou a tudo, carregou a sua cruz e entregou-se por nós. É nessa fidelidade d’Ele que encontramos força para ser fiéis. E não caminhamos sozinhos: a graça do Espírito Santo sustenta-nos no caminho.

Neste domingo, peçamos ao Senhor a coragem de sermos discípulos autênticos: com o coração livre, carregando a nossa cruz de cada dia, colocando Cristo acima de tudo, para que a nossa vida seja um testemunho vivo do Evangelho no meio do mundo.

Ámen.

Domingo XXII do Tempo Comum

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

O Evangelho que hoje escutámos apresenta-nos Jesus numa refeição em casa de um fariseu, um daqueles momentos em que Ele aproveita situações da vida quotidiana para revelar a lógica de Deus, tão diferente da lógica do mundo.

Jesus observa como os convidados procuram os primeiros lugares e conta uma parábola que nos aponta para a humildade. A seguir, dirige-Se ao anfitrião e ensina a gratuidade: não convidar apenas aqueles de quem podemos esperar recompensa, mas abrir a mesa e o coração aos pobres, aos doentes, aos que nada têm para dar em troca.

Há aqui duas lições centrais: a humildade e a gratuidade.

Primeiro, a humildade. Na cultura do tempo, como ainda acontece hoje, os lugares de honra eram sinal de prestígio e reconhecimento. Jesus não condena a alegria de ser honrado, mas denuncia a vaidade e a busca do primeiro lugar como afirmação pessoal. Aos olhos de Deus, não conta quem se coloca acima dos outros, mas aquele que se faz servo. “Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.” É o mesmo caminho de Cristo: Ele, que era Senhor, fez-Se servo até à cruz.

Segundo, a gratuidade. Jesus vai mais longe e fala ao anfitrião: não convides apenas os amigos e os ricos vizinhos, porque isso garante-te retribuição. Convida antes os pobres, os coxos, os cegos, porque não têm como pagar. Esta é a lógica de Deus: amar sem esperar nada em troca, dar sem calcular, servir sem procurar reconhecimento. É a lógica da graça, do dom gratuito.

Irmãos, o Evangelho desafia-nos hoje a rever o nosso modo de viver as relações:
– No dia-a-dia, somos muitas vezes tentados a procurar o “primeiro lugar”, seja no trabalho, na comunidade ou até na própria família. O Senhor convida-nos a descer, a escolher o lugar do serviço e da simplicidade.
– Nas nossas escolhas, quantas vezes procuramos apenas o que nos convém ou o que nos dá retorno. Jesus pede-nos um coração aberto, capaz de acolher quem não tem nada para dar senão a sua fragilidade.

A Eucaristia que celebramos é precisamente isto: um banquete oferecido a todos, sem distinções, onde Cristo é o anfitrião e nós somos convidados, não pelos nossos méritos, mas pela sua graça. Aqui, aprendemos a humildade de nos reconhecermos necessitados, e a gratuidade de partilhar o que recebemos.

Peçamos ao Senhor que nos dê um coração semelhante ao d’Ele: humilde, para não buscar os primeiros lugares; e generoso, para amar sem esperar recompensa. Assim a nossa vida será reflexo do Reino onde todos têm lugar, sobretudo os mais pequenos.

Ámen.

Domingo XXI do Tempo Comum

Caríssimos irmãos e irmãs,

O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus a caminho de Jerusalém, onde se cumprirá a sua Páscoa. No meio da caminhada, alguém pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” É uma pergunta antiga, mas ainda muito atual: quantos se salvam? Será difícil entrar no Céu?

A resposta de Jesus não é uma estatística, não é um número. Ele não responde “muitos” ou “poucos”. Ele responde com um convite exigente: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita.” Ou seja, o que importa não é a curiosidade sobre quantos, mas a seriedade com que cada um vive a sua relação com Deus.

A porta estreita é Cristo. É estreita não porque Deus queira excluir, mas porque exige verdade, humildade e conversão. Não é larga como o caminho da indiferença ou do comodismo; é estreita porque só se entra sem fardos: sem orgulho, sem egoísmo, sem a falsa segurança de achar que basta dizer “Senhor, Senhor”.

Jesus adverte-nos: “Virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus.” Isto lembra-nos que a salvação é dom oferecido a todos os povos, e que nós, que nos consideramos “de casa”, não temos lugar garantido. A familiaridade exterior com a fé – conhecer ritos, palavras, tradições – não substitui a conversão do coração e a prática da justiça e da caridade.

“Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.” Estas palavras de Jesus são um alerta e, ao mesmo tempo, uma esperança. Alerta, porque nos desafia a não nos contentarmos com aparências religiosas, mas a viver uma fé autêntica, que se traduz no amor concreto. Esperança, porque ninguém está excluído: até aquele que se sente “último”, esquecido ou afastado, pode ser acolhido e transformado pela graça de Deus.

Caríssimos irmãos, hoje o Senhor diz-nos: não perguntem “quantos”, perguntem “como estou eu a viver a minha fé?”. A salvação é para todos, mas exige de cada um de nós empenho, luta interior, esforço diário por escolher a verdade, a justiça, a caridade.

Peçamos ao Senhor que nos dê coragem para caminhar pela porta estreita – que é Ele próprio – com o coração humilde, mãos limpas e vida entregue ao amor. Assim, um dia, também nós nos sentaremos à mesa do Reino, junto de todos os irmãos e irmãs que deixaram que a graça de Deus os transformasse.

Ámen.

​​​​​​​Pe. José Arun OCD

Domingo XVI do Tempo Comum (Ano C)

Caríssimos irmãos e irmãs,

No Evangelho, vemos Jesus a visitar a casa de duas irmãs: Marta e Maria. Aparentemente, é uma cena simples e doméstica. No entanto, carrega uma profunda lição para a nossa vida de fé.

Marta, diligente e acolhedora, está preocupada em servir bem. Corre de um lado para o outro, inquieta com os preparativos. Maria, por sua vez, senta-se aos pés de Jesus e escuta atentamente as Suas palavras.

Jesus dirige-se a Marta com ternura: “Marta, Marta, andas inquieta com muitas coisas…” — e aponta que uma só é necessária. Maria escolheu essa parte: a escuta da Palavra, a presença silenciosa diante do Senhor.

Esta passagem não nos convida a desprezar o serviço. Pelo contrário, Jesus também nos ensina a servir. Mas aqui Ele quer ensinar-nos a dar prioridade à escuta, à contemplação, à intimidade com Deus.

Na nossa vida, muitas vezes parecemos mais com Marta. Vivemos apressados, ocupados com mil tarefas — mesmo na Igreja. Organizamos actividades, tratamos de tudo… mas por vezes esquecemo-nos de escutar o Senhor, de estar com Ele.

Maria ensina-nos que o verdadeiro discípulo é aquele que, antes de fazer, sabe parar, silenciar e escutar. A partir daí, o serviço torna-se mais fecundo, mais sereno, mais enraizado em Deus.

Não se trata de opor Marta a Maria. A vida cristã precisa das duas dimensões: acção e contemplação. Mas Jesus deixa claro: a escuta deve vir primeiro.

Hoje, Jesus pergunta-nos:

E tu, onde tens colocado o teu coração?

Tens tempo para mim, ou andas sempre inquieto com muitas coisas?

Que esta celebração nos ajude a recentrar a nossa vida. A escolher, como Maria, a melhor parte — aquela que ninguém nos pode tirar: a presença de Jesus, a Sua Palavra, a intimidade com Ele.

E que, como Marta, também O sirvamos, mas com o coração enraizado na escuta e na paz.

Ámen.

José Arun

Domingo xv (Ano C)

Quem é o meu próximo?”

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

No Evangelho de hoje, São Lucas apresenta-nos uma das parábolas mais tocantes e desafiadoras do ministério de Jesus: a parábola do Bom Samaritano. Tudo começa com uma pergunta de um doutor da Lei, que tenta pôr Jesus à prova:
“Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?”

Jesus responde-lhe com outra pergunta:
“Que está escrito na Lei?”
E o homem responde corretamente: amar a Deus e ao próximo. Mas, querendo justificar-se, volta a perguntar:
“E quem é o meu próximo?”

É aqui que Jesus conta a parábola: um homem é assaltado e deixado meio morto à beira da estrada. Passam por ele um sacerdote e depois um levita, mas ambos seguem adiante. Só o samaritano, um estrangeiro e considerado “impuro” pelos judeus, se compadece e cuida do homem ferido.

Jesus termina com uma inversão desconcertante:
Não responde directamente “quem é o próximo”, mas pergunta:
“Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?”
E a resposta é clara: “Aquele que usou de misericórdia.”

Três lições para a nossa vida:

O amor não tem fronteiras
– O samaritano não perguntou quem era aquele homem. Não quis saber se era judeu, estrangeiro, rico ou pobre. O sofrimento bastava para que o reconhecesse como seu próximo.

A compaixão verdadeira exige acção
– O samaritano não se limitou a sentir pena. Aproximou-se, cuidou das feridas, levou o homem à estalagem e pagou as despesas. O amor cristão é concreto, prático, visível.

Ser próximo é uma escolha
– Jesus muda o foco da pergunta: não é “quem é o meu próximo?”, mas “de quem eu me torno próximo?” Ser próximo é uma atitude activa, que rompe barreiras culturais, sociais e até religiosas.

Irmãos, nesta parábola Jesus ensina-nos que a verdadeira religião está na misericórdia. Ser cristão não é apenas conhecer os mandamentos, mas vivê-los com o coração, com as mãos e com o tempo.

Que nesta semana, cada um de nós possa “ir e fazer o mesmo”, como nos diz Jesus. Que saibamos reconhecer o sofrimento à nossa volta e agir com compaixão, como o bom samaritano.

Ámen.

José Arun