Viver em esperança com os santos do Carmelo

“Vimos por este meio convidar todos os interessados a participar nestes encontros. O título do cartaz é: “Viver em esperança com os santos do Carmelo”. Serão cinco encontros de janeiro a maio. Todos os encontros começam às 16h30 nos sábados designados no cartaz. Devido ao espaço que temos os lugares serão limitados, por isso é necessária uma inscrição prévia. Para efetuar essa inscrição temos dois meios, a vinda ao convento do Carmo e fazer a inscrição na secretaria ou podem ligar para o contacto telefónico 291223935.

A esperança é a última a morrer assim se diz no meio do povo, com isto temos a esperança da vossa presença. Venham aprender com os Santos Carmelitas a viver em esperança. Com estes encontros queremos proporcionar um encontro mais vivo com o Deus dos cristãos, a Sua vinda ao mundo nos deu uma nova luz de esperança. Por isso damos nossas as palavras do Papa Francisco: «Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a «nossa esperança» (1Tm 1, 1). (Bula Spes non Confundit 1).”

«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»

DOMINGO III DO TEMPO COMUM

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 1, 1-4; 4, 14-21)


Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado. Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».

Meditação

Hoje, no Domingo da Palavra de Deus, a Igreja convida-nos a aprofundar a nossa apreciação das Escrituras como a voz viva e ativa de Deus. Este Evangelho lembra-nos que as Escrituras não são apenas um registo histórico, mas a Palavra viva de Deus, presente aqui e agora para moldar, curar e transformar-nos. Estamos a envolver-nos com a Palavra de Deus como fundamento da nossa fé e da nossa vida? Neste Domingo da Palavra de Deus, renovemos o nosso compromisso de ler, estudar e meditar nas Escrituras, confiando que nelas se encontra a verdade sobre a nossa salvação.
Na segunda parte do Evangelho, Jesus está na sinagoga e lê do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres.” Este momento é revolucionário. Jesus declara que Ele é o cumprimento desta profecia, anunciando a sua missão de curar, libertar e restaurar. A sua mensagem é universal, oferecendo esperança aos marginalizados, liberdade aos oprimidos e visão aos cegos—tanto física quanto espiritualmente.
Hoje, Jesus dirige-nos as mesmas palavras. A Palavra de Deus está viva, oferecendo cura onde
estamos feridos, liberdade onde estamos presos e clareza onde estamos cegos. Mas não termina aqui. Jesus também nos comissiona a continuar a sua missão. Somos chamados a proclamar a Boa Nova através das nossas palavras e ações, especialmente àqueles que mais precisam.
A palavra mais marcante deste Evangelho é “hoje.” Jesus proclama: “Hoje cumpriu-se esta Escritura que acabais de ouvir.” A Palavra de Deus não está confinada ao passado. Ela está viva e ativa hoje, chamando-nos à ação. Sempre que ouvimos o Evangelho proclamado, é um convite para permitir que a Palavra crie raízes nos nossos corações e dê frutos nas nossas vidas.
Quantas vezes adiamos a resposta à Palavra de Deus? Ouvimos os apelos à justiça, compaixão ou perdão e pensamos: “Amanhã, agirei.” Mas Jesus lembra-nos que o tempo é agora. Neste Domingo da Palavra de Deus, aprofundemos a nossa relação com as Escrituras. Acolhamo-las não apenas como um livro para ler, mas como uma voz para ouvir, um caminho a seguir e uma vida para viver.
Que possamos, como Jesus, estar cheios do Espírito e proclamar a Boa Nova com coragem. Que a Palavra se cumpra ao ser ouvida por nós e nos transforme hoje.

Pe. José Arun

«Jesus foi batizado e, enquanto orava, abriu-se o céu»

DOMINGO: Batismo do Senhor

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 3, 15-16.21-22)


Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias. João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu baptizo-vos com água, mas vai chegar quem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as correias das sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo». Quando todo o povo recebeu o batismo, Jesus também foi batizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».

Meditar a Palavra

Hoje, reflectimos sobre um dos momentos mais profundos do Evangelho: o batismo de Jesus no rio Jordão. Este acontecimento, embora aparentemente simples, é rico de significado e de força. No seu cerne estão as palavras proferidas pelo Pai: “Tu és o meu Filho muito amado; em ti me comprazo” (Marcos 1,11). Estas palavras revelam a profundidade do amor de Deus, não só por Jesus, mas por cada um de nós.
Imagine a humildade do Filho de Deus ao entrar nas mesmas águas que os pecadores, alinhando-Se com a humanidade na sua fragilidade. Embora sem pecado, Jesus escolheu ser batizado para mostrar solidariedade para connosco, para revelar a Sua missão de nos redimir e para prefigurar o batismo da Sua morte e ressurreição.
Quando fomos baptizados, o mesmo Espírito desceu sobre nós e o Pai declarou-nos Seus amados. Tal como a identidade de Jesus como Filho de Deus foi afirmada, também a nossa identidade como filhos de Deus é dada a conhecer no batismo.
Estas palavras – “Tu és o meu amado” – não são apenas para Jesus. Elas ecoam através dos tempos, pronunciadas sobre cada um de nós. O batismo não é apenas um ritual; é uma iniciação na família de Deus. Nesse momento, Deus olha para nós, a Sua criação, e declara: “Tu és o meu filho amado, tu és a minha filha amada”.
Este amor não é algo que conquistamos. Não depende das nossas realizações, dos nossos êxitos ou mesmo dos nossos fracassos. É uma dádiva que nos é concedida gratuitamente. O amor de
Deus por nós é incondicional, inabalável e eterno.
Mas quantas vezes nos esquecemos disto? Num mundo que nos diz que não somos suficientes, temos de nos agarrar à verdade de quem somos aos olhos de Deus. Somos amados e, por sermos amados, somos chamados a viver de uma forma que reflicta esse amor ao mundo.
O que é que significa viver como amados de Deus? Em primeiro lugar, significa reconhecer a nossa dignidade e a dignidade dos outros. Se somos amados por Deus, também o são todas as pessoas com quem nos cruzamos.
Em segundo lugar, viver como amado significa confiar no plano de Deus, mesmo quando a vida é difícil. Por vezes, podemos sentir-nos indignos, esquecidos ou oprimidos, mas a declaração de Deus
sobre nós não muda: “Tu és o meu amado”.
Finalmente, viver como amado significa ser uma luz no mundo. O batismo de Jesus marcou o início do Seu ministério público – uma vida derramada em serviço, amor e sacrifício.
Ao reflectirmos sobre o batismo de Jesus, recordemos também o nosso. Renovemos o nosso compromisso de viver como filhos amados de Deus. Quando as tempestades da vida se agitam e a dúvida se insinua, que possamos ouvir novamente a voz do Pai: “Tu és o meu amado”.

Pe. José Arun, OCD

«Viemos do Oriente adorar o Rei»

EPIFANIA DO SENHOR

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 2, 1-12)


Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.

Meditação

Hoje celebramos a festa da Epifania, um momento de revelação que estende a alegria do Natal a todas as nações. A palavra “epifania” significa “manifestação” e, no Evangelho, vemos os magos – os sábios – vindos de terras distantes para adorar o Menino Jesus. A sua viagem recorda-nos que Jesus não é apenas o Rei dos Judeus, mas o Salvador do mundo.
Os magos seguiram uma estrela, procurando a verdade e a luz. A sua busca conduziu-os a Belém, onde encontraram não apenas um rei, mas uma criança humilde, deitada na simplicidade de uma manjedoura. Trouxeram presentes de ouro, incenso e mirra – símbolos de realeza, divindade e sacrifício. Estes presentes prefiguram a missão de Jesus: A sua realeza sobre todos, a sua divindade como Filho de Deus e a sua morte sacrificial para a nossa salvação.
Esta festa desafia-nos a refletir: Quais são as estrelas que seguimos nas nossas vidas? Será que elas nos conduzem a Jesus? Tal como os reis magos, somos chamados a procurá-Lo de coração aberto, a trazer-Lhe os tesouros da nossa vida e a reconhecê-Lo como a Luz que dissipa as trevas.
A viagem dos magos também nos convida a reconhecer o chamamento universal de Cristo. As barreiras da raça, da língua e da cultura dissolvem-se na presença do Salvador. Nele, encontramos a unidade, a paz e a satisfação dos nossos anseios mais profundos.
Ao celebrarmos a Epifania, comprometamo-nos a ser portadores da luz de Cristo no mundo. Tal como a estrela guiou os magos, que as nossas vidas sejam um farol que guie os outros ao encontro do amor e da misericórdia de Deus.
Amen.

Pe. José Arun