Carmo Jovem da Madeira (CJM)

Queremos convidar os jovens dos 16 aos 30 anos a conectarem-se com os carmelitas para juntos aprendermos a crescer na relação com Deus. O objetivo deste grupo é que cada jovem possa aprender a viver a sua vida com uma marca carmelita, onde se valoriza a vida espiritual, oração, interioridade, relações fraternas, virtudes, discernimento vocacional e se aprende a amar Maria, Mãe e Senhora do Carmelo. Junta-te a nós nesta aventura, vem aprender a viver uma especificidade da Igreja, que é ser carmelita.

Vem conhecer a nossa espiritualidade

Oração, Reflexão, Interioridade, Itinerário espiritual, Discernimento vocacional…

“Um jovem que não sabe sonhar é um jovem anestesiado, não poderá entender a vida, a força da vida. Os sonhos te despertam, te levam além, são as estrelas luminosas, aquelas que indicam um caminho diferente para a humanidade”.

Mas os grandes sonhos “são aqueles que dão fecundidade, são capazes de semear paz, de semear fraternidade, de semear alegria, como hoje. Estes são sonhos grandes porque pensam em todos nós”. E para ilustrar, como costuma fazer, contou uma história:

Uma vez um sacerdote me fez uma pergunta: “Diga-me, qual é o contrário de ‘eu’? E eu, ingênuo, caí na armadilha e disse “O contrário de eu é ‘tu’”. “Não, Padre: isto é semente de guerra. O contrário de ‘eu’ é ‘nós’. Se eu digo: o contrário é tu, faço a guerra; se eu digo que o contrário do egoísmo é ‘nós’’, construo a paz, construo a comunidade, levo em frente o sonho da amizade, da paz. Pensem: os verdadeiros sonhos são os sonhos do ‘nós‘”.

Papa Francisco

Ora, é precisamente isto que queremos fazer convosco, semear sementes do nós, juntos caminhemos e juntos cresçamos, para que sejamos luzes brilhantes no mundo.

Vem à experiência deste encontro. Haverá uma comunidade de frades que estarão a acompanhar todo o progresso e, também, teremos conosco um casal de leigos muito ligado à nossa Ordem que nos vão ajudar neste projeto. Tudo com objetivos: levar cada jovem a conhecer mais e melhor Jesus Cristo e Maria Sua Mãe. O mundo precisa de vós, vós sois o futuro, precisamos da vossa coragem, dedicação, criatividade, compromisso, dinâmica, para que no mundo, na humanidade, na Igreja, na sociedade, cresçam sementes de paz, fraternidade, alegria, solidariedade, compaixão. Que a abertura do nosso coração à descoberta deste Deus que nos habita, possa levar-nos a sermos essas pessoas no futuro e no agora melhores e mais humanas.

O primeiro encontro será no dia 25 de outubro de 2024 pelas 19h. Juntamo-nos numa sala dentro da Igreja do Carmo. Se quiseres aparecer liga para estes números (Em baixo) e confirma. Os horários poderão ser mudados conforme a disponibilidade de cada jovem, tentaremos ser flexíveis e ir ao encontro de cada um. No primeiro encontro decidiremos os melhores horários.

Frei David: 969278456

Casal Sérgio/Sofia: 910938124

Abraça este desafio.

Coloca-te nesta barca e rememos juntos

No continente também temos o Carmo jovem, se quiseres explorar mais deixamos aqui estes links. Junta-te a nós…

https://www.facebook.com/carmojovemportugal

https://vocacoes.carmelitas.pt/

«Satanás está perdido»

DOMINGO X DO TEMPO COMUM

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

Meditação

No Evangelho de hoje, de S. Marcos 3,20-35, encontramos Jesus num período de intenso ministério. As multidões pressionam-no, a sua família tenta intervir e os escribas acusam-no de estar possuído por Belzebu. Esta passagem apresenta uma mensagem poderosa sobre a natureza da missão de Jesus, a oposição que Ele enfrenta e o verdadeiro significado de pertencer à família de Deus. A família de Jesus, ao saber da situação, vem levá-l’O, dizendo: “Ele está fora de si”. Esta reação reflete uma experiência humana comum: por vezes, as pessoas mais próximas de nós não compreendem a nossa vocação ou as nossas ações quando seguimos a vontade de Deus. Jesus enfrenta a incompreensão não só das multidões, mas também da sua própria família. Isto pode ser uma fonte de grande sofrimento pessoal, mas Jesus permanece firme. Jesus fala do pecado imperdoável – a blasfémia contra o Espírito Santo. Este pecado é muitas vezes entendido como a rejeição persistente e voluntária da graça de Deus e a atribuição das boas obras de Deus ao mal. É uma advertência contra a dureza de coração que se recusa a aceitar a graça de Deus. É um aviso contra a dureza de coração que se recusa a reconhecer a obra evidente do Espírito. Para nós, é um apelo a permanecermos abertos e receptivos à ação de Deus nas nossas vidas e no mundo. Nesta passagem, Jesus redefine o conceito de família. Quando lhe dizem que a sua mãe e os seus irmãos estão lá fora à sua procura, ele olha para os que estão sentados em círculo à sua volta e diz: “Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos! Quem fizer a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Esta declaração é revolucionária. Jesus não está a descartar a Sua família biológica, mas sim a expandir a noção de família para incluir todos os que fazem a vontade de Deus. Isto significa que os nossos laços em Cristo transcendem as relações naturais. A Igreja, a comunidade dos crentes, é uma família unida pelo nosso compromisso comum de seguir a vontade de Deus. Esta passagem desafia-nos a refletir sobre vários aspectos importantes da nossa caminhada de fé: Será que estamos a dar prioridade à nossa missão espiritual e às necessidades dos outros, como fez Jesus? Como é que vivemos a nossa pertença à família de Deus? Peçamos a graça de permanecermos fiéis à nossa vocação, mesmo perante a incompreensão e a oposição. Esforcemo-nos por reconhecer e cooperar com o Espírito Santo em todas as coisas e abraçar a nossa verdadeira família – a comunidade de crentes unidos para fazer a vontade de Deus. Desta forma, podemos ser instrumentos do Reino de Deus, trazendo cura, unidade e paz a um mundo necessitado. Amém.

Pe. José Arun, Ocd

«O Filho do homem é também Senhor do sábado»

DOMINGO IX DO TEMPO COMUM

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


Passava Jesus através das searas, num dia de sábado, e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas. Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido». Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros tiveram necessidade e sentiram fome? Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e os deu também aos companheiros». E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado». Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada. Os fariseus observavam Jesus, para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O. Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio». Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada. Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.

Com os santos do Carmelo

Refere São João da Cruz

«Ao comungar, só se preocupam em receber algum sentimento e gosto em vez de, com humildade, adorar e louvar a Deus no seu íntimo. E afeiçoam-se de tal maneira a isto, que, se não tiverem algum gosto ou sentimento sensível, julgam que não lhes valeu de nada. É uma forma muito baixa de julgar a Deus, pois não sabem que o menor proveito deste Santíssimo Sacramento é o que diz respeito aos sentidos, enquanto que o maior é o da graça invisível.» (Noite Escura 1, 6)

Meditação

Caros irmãos e irmãs em Cristo

A Bíblia descreve a adoração perfeita. Ela ocorre em torno do trono de Deus. É um lugar onde não há dor, nem tristeza; um lugar onde não é preciso sol nem lua porque Deus está lá para fornecer luz e calor; um lugar onde o caos e tudo o que perturba é substituído pela paz perfeita. É um lugar onde não há distinção entre pessoas, nações e línguas. Todos são iguais perante o Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro, o seu Salvador.

Mas ainda não estamos perto do Trono de Deus. Estamos aqui neste mundo onde a adoração para nós às vezes se torna problemática. Muitas vezes, acreditamos que a adoração é sobre coisas que acreditamos que precisamos fazer para agradar a Deus. Por vezes, pensamos que a adoração tem a ver com o facto de estarmos à altura. Por vezes, pensamos que a adoração é vir à igreja ao domingo com a nossa melhor roupa. Às vezes pensamos que adoração é cantar as coisas certas usando as melodias certas para ganhar o favor de Deus. E no seu devido contexto, cada uma destas coisas pode certamente fazer parte do que é a adoração que honra a Deus. Mas a adoração é muito mais do que isso.

Hoje vamos começar a tratar da questão do culto. Tratamos de questões importantes como: O que é a adoração? Qual é o aspeto da verdadeira adoração? Como podemos adorar Deus de uma forma verdadeira e autêntica? Comecemos por ver o que podemos aprender com a lição do Evangelho de hoje.

Era um dia de sábado – o equivalente à nossa manhã de domingo – o dia de descanso. Os discípulos de Jesus estavam envolvidos numa atividade que não era permitida pelas regras e regulamentos religiosos da época. Apanhavam cereais porque tinham fome. Ora, havia pessoas que eram vistas como os executores das leis religiosas. Entre eles estavam os fariseus, os escribas e os que governavam o templo. Eles criticaram Jesus por causa do que os discípulos estavam a fazer.

É que, para estes líderes religiosos, o culto tinha-se tornado numa série de coisas a fazer e a não fazer. O sábado era um dia em que certas actividades eram permitidas e outras não. Agradar a Deus tinha sido reduzido a uma fórmula. Deus ficará feliz se você não andar mais do que 30 passos, mas ficará descontente se você andar 31. Deus honrará a sua adoração se der o seu dízimo, mas ficará zangado se tudo o que trouxer for o óbolo da viúva. Honrar a Deus tinha sido reduzido a regras e regulamentos.

Mas este tipo de adoração tinha sido rejeitado por Deus ao longo dos séculos. Muitos anos antes, o profeta Isaías tinha dito ao povo: “O Senhor diz: ”Este povo aproxima-se de mim com a sua boca e honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. O seu culto a mim é feito apenas de regras ensinadas por homens”. (Isaías 29.13) Como vê, é uma tolice imaginar que podemos criar as regras e os requisitos para uma adoração que honra Deus.

Quando a adoração se torna uma questão de regras e leis que têm de ser obedecidas, é fácil desviar os olhos de Deus – Aquele a quem estamos a prestar culto. O foco muda para o que estamos a fazer e como o estamos a fazer e se os que nos rodeiam o estão a fazer bem. Quando isto acontece, perdemos o barco e o objetivo da adoração.

Bem, qual é o contraste com este tipo de adoração? Penso que começa por compreender quem é Deus e quem somos nós em comparação com Ele. Sabemos que o nosso Deus é omnipotente e omnisciente. Ele é o Criador e através da Sua Palavra tudo veio a existir. Ele não precisa de nada de nós e, no entanto, a criação depende inteiramente d’Ele. Ao considerar estas qualidades eternas de Deus, não se torna claro que a adoração não tem a ver com o que fazemos para Deus? A adoração tem a ver com o que Deus faz por nós. Por isso, sejamos mais fiéis à nossa adoração e peçamos a Deus que nos dê força para vivermos a nossa vida de fé como Deus deseja.

Louvado seja nosso senhor jesus cristo.

P. Tomás Muzhuthett