DOMINGO XX DO TEMPO COMUM
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». Os judeus discutiam entre si: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?». E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».
Com os Santos do Carmelo
Refere Santa Teresa
«Oh meu Deus e minha Sabedoria infinita, sem medida e sem limites, acima de todos os entendimentos angélicos e humanos! Oh Amor, que me amas mais do que eu me posso amar a mim! Não entendo!» (Exclamações XVII, 1);
«Com que caminhos, com que maneiras e com que modos nos mostrais o Vosso amor!… E, além disto, dizeis (…) palavras que tocam tão profundamente a alma que Vos ama.» (Conceitos do amor a Deus 3, 14)
Meditação
Jesus Cristo nos convida a algo muito especial: a comer a Sua carne e a beber o Seu sangue. Como será isso, perguntam alguns. Algo de humano se transformou em comida celestial; um fenómeno que se transforma em sacramento; um milagre manifestado à humanidade; o alimento que perdura para sempre; a doçura de Deus que toca nos nossos corpos mortais; o alimento eterno que transforma a criatura; o eterno que dá vida eterna ao mortal. Este é o fim da história: Deus fez-se homem para que o homem se faça como Deus. Jesus alimenta-nos com o seu corpo e nos dá vida, nos salva e nos diviniza. Contudo, este alimento não poderá ser adquirido de qualquer maneira, é necessário que haja uma comunhão de amizade e de compreensão dos seus caminhos. Este alimento é de graça, mas não é de simples compreensão. É necessário fazer uma caminho de fé, de abertura do coração a Deus. Quando de facto, nos aproximamos deste alimento de coração simples e humilde, se abrem as portas do céu e se derrama as graças celestiais. Este alimento é distribuído no sacramento da Eucaristia. De facto, é o maior milagre que temos entre nós, aí Deus se manifesta ao mundo pelo Seu Filho, aí se abrem as portas da misericórdia, aí se sana todo o mal e se cura toda a enfermidade, o verdadeiro alimento que nos sacia e nos conforta nos caminhos da vida. Comei e bebei, saboreai como é bom o Senhor. Só quem prova deste alimento poderá dizer algo sobre ele, pois ninguém pode amar aquilo que não se conhece.